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Fazer Empréstimo para Financiar um Veículo, Vale a Pena em 2025?

Optar por um empréstimo para finaciar um automóvel é a decisão que 53% dos consumidores de carros novos estão utilizando, contra apenas 30% no mercado de usados.

1 JUL 2025 • POR Gentil dos Santos • 19h02
As principais instituições financeiras praticam taxas nominais que oscilam entre 0,77% e 1,58% ao mês

O financiamento automotivo brasileiro navega em águas agitadas em 2025. Com taxas médias girando em torno de 1,5% ao mês, o crédito veicular mantém-se relativamente acessível, especialmente após o período turbulento de 2022-2023 quando a Selic chegou aos 13,75%.

O mercado demonstra vitalidade impressionante: fevereiro de 2025 registrou 173.837 veículos emplacados, crescimento de 11,68% comparado ao mesmo período do ano anterior. Porém, há nuvens no horizonte. Especialistas projetam elevação da Selic para 15% ainda em 2025, cenário que pode encarecer significativamente o crédito.

Atualmente, 53% das vendas de carros novos dependem de financiamento, demonstrando a importância desta modalidade para o setor. As taxas variam drasticamente entre instituições - de 0,77% a 1,58% ao mês - tornando a pesquisa fundamental.

Para consumidores com score acima de 550 e renda estável, o momento pode ser oportuno, considerando que o Brasil se consolidou como sexto maior mercado automotivo global. Entretanto, a matemática é implacável: um financiamento de R$ 150 mil pode resultar em desembolso total de R$ 228 mil ao final de 60 meses.

A decisão entre financiar ou investir depende fundamentalmente do perfil individual e da urgência da necessidade de mobilidade.

O Jogo de Números Que Define Seu Futuro

Fevereiro de 2025 trouxe boas notícias para quem acompanha o mercado automotivo. Foram 173.837 carros vendidos no mês, número que representa crescimento de 8,75% em relação a janeiro e impressionantes 11,68% comparado a fevereiro de 2024.

É recuperação que impressiona até veteranos do setor. Mas os números escondem complexidades. A taxa média de financiamento automotivo gira em torno de 1,5% ao mês – ou 19,6% ao ano para quem prefere a matemática anual. Pode parecer razoável até você lembrar que estávamos enfrentando Selic de 13,75% entre agosto de 2022 e agosto de 2023.

Naquele período sombrio, sete em cada dez financiamentos eram recusados. A variação entre instituições financeiras adiciona tempero extra ao cálculo. As 15 principais instituições financeiras que oferecem crédito automotivo praticam taxas nominais que oscilam entre 0,77% e 1,58% ao mês. É diferença que pode representar milhares de reais no custo final.

A Geografia do Crédito Automotivo

Bancos de montadoras oferecem as melhores condições. O Banco Mercedes-Benz trabalha com juros a partir de 0,80% ao mês. O Banco CNH Industrial começa em 1,08% mensais. Não é coincidência: essas instituições aproveitam incentivos diretos das fabricantes para atrair clientes para seus próprios veículos.

É estratégia que faz sentido comercial, mas cria distorções interessantes no mercado. Quem quer um Mercedes pode conseguir financiamento mais barato que alguém comprando um popular de outra marca.

O Brasil Que Não Para de Crescer

O país fechou 2024 com 2,5 milhões de carros emplacados, número não registrado desde 2018. Foi performance que nos posicionou como sexto maior mercado automotivo global, superando até a Grã-Bretanha. Para 2025, a Anfavea projeta crescimento adicional de 6,3%, com expectativa de 2,6 milhões de unidades vendidas.

O otimismo tem base sólida. Até 2033, as montadoras instaladas no país planejam investir 125 bilhões de reais – o maior valor já registrado no setor. O foco será modernização das fábricas, redução de emissões e desenvolvimento de motores híbridos flex.

Mas há pegadinha macroeconômica. A Selic, que estava em 10,50% no início de 2025, tem previsão de saltar para 15% ainda este ano. É movimento que historicamente encarece o crédito e esfria vendas de veículos zero quilômetro.

A Matemática Implacável do Financiamento

Vamos aos números que realmente importam. Um financiamento de R$ 150 mil, com taxa mensal de 1,49% e sem entrada, resulta em parcelas de R$ 3,8 mil por 60 meses. No final, você terá desembolsado R$ 228 mil. São R$ 78 mil apenas de juros – mais que suficiente para comprar um carro popular à vista.

A regra dos bancos é clara: a parcela não pode ultrapassar 30% da renda. Eles analisam todas as suas dívidas em outras instituições e fazem o cálculo completo do comprometimento de renda. É proteção tanto para o cliente quanto para a instituição.

Para conseguir aprovação, você precisa de score acima de 550 no Serasa. O veículo não pode ter mais de 25 anos. Documentação inclui RG, CNH ou documento oficial com foto, além de comprovante de renda.

A Alternativa que Poucos Consideram

Aqui está uma perspectiva interessante: e se ao invés de financiar, você investisse? Com a Selic em 12,25% ao ano, aplicar os mesmos R$ 3,8 mil mensais em produto conservador que renda 100% do CDI permitiria juntar os R$ 150 mil em apenas 33 meses.

É literalmente pouco mais da metade do prazo do financiamento. Melhor ainda: mantendo a aplicação pelos 60 meses completos, aqueles R$ 3,8 mil mensais se transformariam em R$ 258,7 mil na sua carteira, considerando juro real de 5% ao ano.

É diferença que permite não apenas comprar o carro desejado, mas construir patrimônio adicional significativo. Claro, essa estratégia pressupõe que você pode aguardar. Para quem precisa do carro imediatamente – trabalho, família, emergências – o financiamento faz sentido prático, independente da matemática.

O Consórcio: A Terceira Via

Existe alternativa meio-termo entre financiamento e espera: o consórcio. Não há juros, apenas taxa administrativa previamente definida. O lado negativo é a dependência do sorteio mensal para ser contemplado. É modalidade indicada para quem pode planejar com mais tempo e flexibilidade. Para aquisições urgentes, obviamente não serve.

Sinal Amarelo no Horizonte

O cenário futuro traz preocupações legítimas. A previsão de Selic a 15% em 2025 historicamente pressiona o setor automotivo. O crescimento econômico projetado para o ano é modesto 2,3%, sugerindo desaceleração. A taxa de desemprego deve subir de 6,0% para 6,7% no primeiro semestre.

Atualmente, 53% das vendas de carros novos dependem de financiamento, contra apenas 30% no mercado de usados. Com crédito mais caro, há tendência natural de migração para veículos usados ou adiamento da compra.

Fazer Empréstimo para Financiar um Veículo, Vale a Pena em 2025?

A resposta depende de variáveis que transcendem matemática pura. Se você tem renda estável, score adequado e necessidade real de mobilidade, o financiamento atual oferece condições razoáveis. Para quem tem capacidade de esperar e disciplina para investir, a estratégia alternativa pode ser mais vantajosa.

Mas lembre-se: carro não é apenas meio de transporte – é ferramenta de trabalho, segurança familiar, qualidade de vida.

- E você, o que acha? Compensa Fazer Empréstimo para Financiar um Veículo, ou é melhor optar pelas outras opções sugeridas no artigo? Deixe sua opinião nos comentários.